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terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Sexualidade na adolescência ( Por : Thayná Nogueira)

Desde o nascimento a criança inicia o processo de independência em relação aos pais continuando e acelerando na adolescência. Fascinado e assustado com as mudanças em nível físico e emocional o adolescente tem dificuldade em comunicar as suas preocupações aos pais, que por sua vez têm dificuldade em aceitar o despertar da sexualidade (genitalidade) naquele que ainda vêem como uma "criancinha".

É natural que o adolescente tenha mais facilidade em colocar suas questões a uma pessoa de "fora", mas, se está habituado com que os pais respondam com naturalidade às suas perguntas, é provável que continue a fazê-las. Os pais precisam ter as "antenas" bem afinadas, pois muitas vezes é necessário ler nas entrelinhas um pedido de ajuda ou uma questão que os filhos gostariam de ser esclarecido.

A instabilidade aparece de não perceberem o que se está se passando com eles. Uma boa explicação sobre estas mudanças pode ajudar a sossegá-los. Para as meninas: o ciclo menstrual e os sentimentos de paixão. Para os meninos: a descoordenação física, conseqüência do surto de crescimento é temporária; que o tamanho do pênis não é importante; que as ereções involuntárias são normais e as emissões noturnas também; que a paixão pela top-model do momento é natural, pois é mais fácil sonhar com uma mulher à distância, a quem não é preciso dar explicações ou satisfações.

Tanto eles como elas, nesta idade, fazem uma distinção entre o objeto da paixão e o grande amigo/a do sexo oposto.

Os adolescentes mais velhos (dos 16 anos 18 anos) interessam-se mais pela construção da relação, problemas éticos e morais ligados à sexualidade, pelo planejamento familiar, pela gravidez e a transmissão de doenças. É a idade dos grupos mistos e dos namoros mais sérios. Os rapazes ainda focam muito a importância do aspecto físico da menina, mas elas já começam a olhar além disso.

Tanto pais como professores insistem para que eles tenham boas notas, escolham cuidadosamente a sua profissão e construam um projeto de vida acadêmico e profissional, e a sexualidade fica, geralmente, de fora. É importante encorajá-los a enquadrar a sua sexualidade no seu projeto de vida. Muitas vezes as únicas alternativas oferecidas aos adolescentes são a entrega de um preservativo ou de uma embalagem de pílulas contraceptivas, com a mensagem implícita de "faz o que quiseres, mas não me apareças em casa grávida ou doente", ou de não lhes falar em nada relacionado com a sexualidade, com medo "de lhes dar idéias".

É importante que lhes seja oferecido, não imposto, um quadro de valores e referências, e que sejam ajudados a refletir sobre eles. São livres de os aceitar ou rejeitar. Devem ser encorajados a serem responsáveis em relação a si próprios e aos outros.

Educação Sexual não deve ser vista como uma área ligada às ciências, para a qual se convoca um técnico para vir falar aos alunos uma vez por ano. A Educação Sexual pode ser integrada em todas as cadeiras dadas na escola onde, através da literatura, da história e da geografia estudam as diferentes relações entre homens e mulheres, nos livros que lêem, nos hábitos e costumes dos antepassados, e nos dos outros povos. Através da educação física aprendem a estar à vontade com o corpo e a dominar os seus movimentos; através da música podem entrar em contacto com os sentimentos mais profundos e através da ciência percebem como funciona o corpo. É completada em casa onde primeiro se aprendeu a amar e continua-se a aprender a viver em relação.

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